Come para viver, não vivas para comer.


05 março 2009

O Tesouro das Cozinheiras - 2.ª Edição

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“O Tesouro das Cozinheiras”, da autora Maria Irene de Andrade Braga (Miréne), foi provavelmente o primeiro livro de culinária que desfolhei.
Não este, mas outro, de uma edição mais recente.
Vou contar a história…
A minha avó paterna, uma pessoa incrível, hoje com 86 anos, fisicamente debilitada mas com um espírito tão jovem e tão surpreendente foi toda a sua vida cozinheira, sempre a vi, o que era na realidade, uma grande cozinheira, mas acima de tudo sempre a admirei pois como é que uma pessoa que nunca aprendeu a ler nem a escrever pode saber tanto… lembro-me quando era pequena e a via a organizar uma festa de casamento muitas vezes com centenas de convidados e ela dizia: “ para cada pessoa é preciso x de carne, x de peixe… x de arroz…”, e dava o total para todas as pessoas sem se enganar, e eu a pensar como é que era possível… ainda hoje se lhe perguntar-mos ela sabe as quantidades e as receitas todas de cor, magnifico. Mas… o livro… sim ela tinha um livro, que nunca leu, devem ter sido as minhas tias a comprar, que eu de vez em quando desfolhava, curiosa para saber como se fazia tudo aquilo, assim sei que a primeira receita que fiz tinha eu talvez uns 14 ou 15 anos foi tirada de lá, o meu famoso arroz de tomate, famoso porque todos lá em casa se lembram dele uma vez que o meu irmão detestava arroz e ficava furioso quando me via na cozinha… era só o que eu sabia fazer, arroz de tomate com peixe vermelho frito… sempre que ia para a cozinha, demorava o dia inteiro lá e o resultado era sempre o mesmo… arroz de tomate para o jantar e o meu manito amuado. Não sei o que foi feito desse livro, nunca perguntei, mas um dia destes fui para ir comprar um mas na livraria não tinham, de volta calhei a comentar com uma senhora amiga e tive uma surpresa… ela tinha um que lhe foi oferecido em 1955, pouco antes de casar, e ofereceu-mo. Fiquei felicíssima com o livro e é este mesmo que quero partilhar convosco, uma edição já antiga à qual ela carinhosamente fez uma capa em tecido e bordou… bolas já não há mulheres como antigamente…

1 comentário:

presanacozinha disse...

Bem… ainda me lembro desse arroz de tomate, eu também não gostava muito, não é que não estivesse bom, eu é que não gosto de tomate, mas não resmungava tanto como ele, e é bem verdade nessa altura tu na cozinha… só saia mesmo arroz de tomate...hehe!!!
Eu não me chateava pois tu fazias o arroz, o mano fazia os pudins e eu claro eu comia….hehe!!!
Beijinhos mana !!! e fico á espera de ver as receitas desse famoso livro.

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